Na reprise de “Cabocla”, Boanerges (Tony Ramos) perde as eleições para Neco (Danton Mello). A disputa eleitoral que agita a pequena Vila da Mata chega ao fim de forma surpreendente, deixando Boanerges em um estado de total desconcerto. Após meses de campanhas intensas e promessas de mudança, o resultado foi claro: Neco, seu adversário, venceu com folga e se tornou o novo líder político da região.
Durante sua campanha, Boanerges segue confiante, preparando-se para um discurso repleto de sinceridade. “Eu não vou prometer o que não posso cumprir”, dirá ele, insistindo em sua postura de honestidade com o povo. Acompanhado de seus fiéis aliados, dedica-se a tocar nas necessidades da população, falando de forma direta e sem rodeios. No entanto, a virada do jogo já parecia estar anunciada com a campanha simples, mas eficiente de Neco, que conquistou o coração do povo.
Enquanto Boanerges se preparava para o pior, Neco, com seus apoiadores descalços e uma mensagem de luta do “pé no chão”, encantava a todos. Seu discurso de mudança, sem promessas vazias, encontrou eco entre os eleitores, que, em um gesto simbólico, aplaudiram-no em todas as localidades por onde passou.
Boanerges prevê seu fracasso
Neco mostra que não é apenas o filho de Justino, mas um novo líder, capaz de transformar a política local. Além disso, sua maneira de se comunicar diretamente com o povo, sem rodeios e com sinceridade, fortaleceu ainda mais a conexão com aqueles que já se sentiam à margem do poder de Boanerges.
No dia da apuração dos votos, Boanerges chega em casa devastado. “Eu perdi”, confessa ele, abatido, ao perceber que não lhe resta mais nada a fazer. Sua esposa, Emerenciana, tenta lhe dar forças, mas o coronel continua convencido de que sua carreira política está acabada.
“Esse moleque me engoliu”, lamenta, sem forças para acreditar na derrota iminente. A tensão na casa de Boanerges só aumentava conforme as urnas são abertas e a diferença a favor de Neco se tornava cada vez mais evidente.
A cada urna apurada, a esperança de Boanerges diminuía. Quando finalmente recebe a notícia de que Neco venceu, ele se despede da política com um amargo sentimento de derrota. “Estou acabado, politicamente acabado”, desabafa.
Boanerges perde as eleições para Neco
Nem mesmo as tentativas de seus aliados, como o Capitão Macário, de encontrar um motivo para contestar os resultados, animaram-no. Pressionado, Boanerges não vê mais saída e se conforma com a derrota.
Enquanto isso, a vitória de Neco é comemorada por seus seguidores. O novo chefe político da região, agora aclamado pelo povo, leva consigo a promessa de mudança e renovação. O velho coronel Boanerges, por outro lado, vê sua carreira desmoronar, sem conseguir resistir ao avanço de seu jovem adversário.
O jogo político, que antes parecia ser sua arena, agora o deixou no esquecimento, enquanto Neco tomou o comando com força e determinação.
“Deus sabe o que faz”, comenta Emerenciana, tentando encontrar consolo nas palavras do padre vigário. Mas, para Boanerges, a dor da derrota é profunda demais para ser confortada. “Eu não aguentaria ver a felicidade na cara do Justino”, dirá ele, desolado, refletindo sobre a queda de sua influência política e o triunfo de Neco.
As palavras de Emerenciana, por mais carinhosas, não conseguem animar o marido, que, por sua vez, diz que vai para a fazenda cuidar da lavoura, dos porcos e do gado, que é a única coisa que lhe resta.